Quinta Patino / Frederico Valsassina Arquitectos

© FG+SG – Fernando Guerra, Sergio Guerra

A morfologia do terreno apresenta um desenvolvimento heterogéneo: uma plataforma central de nível envolvida por um talude de rocha natural acentuado, a Norte. A vegetação existente é dispersa, ocupando essencialmente a periferia do Lote. Destaca-se um conjunto de pinheiros, zambujeiros e eucaliptos que se pretende manter e que ordenou, à partida, as cotas altimétricas e o posicionamento da casa.

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As construções dos lotes adjacentes não têm confronto directo com a intervenção, visto estarem a cotas distintas e protegidas pela densa arborização.
Conceptualmente pretende-se preservar e incorporar na massa edificada a forte presença dos taludes existentes de rocha natural e articular esta realidade com a volumetria proposta.

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A partir de uma composição arquitectónica formalmente regular e leitura compacta, apresenta-se um volume compacto composto por cheio e vazios comunicantes entre si, dependentes do espaço exterior envolvente. A concepção assentou num módulo constante cuja multiplicação regrou a dimensão das aberturas e a posição dos compartimentos.

© FG+SG – Fernando Guerra, Sergio Guerra

A volumetria paralelepipédica decorre da vontade de fechar a casa sobre si mesma, prolongando visualmente o espaço interior para o espaço exterior contido. Assumem-se, assim, os pátios como extensão da habitação; vistas estratégicas são abertas para o terreno natural envolvente, tirando partido da vegetação abundantes e da irregularidade da rocha.

© FG+SG – Fernando Guerra, Sergio Guerra

O volume é aparentemente maior do que o que realmente é, visto conter a construção e os espaços exteriores de transição.
Alinhado com o portão de entrada no lote desenha-se um percurso que atravessa o edifício, culminando num pátio central quadrangular a partir do qual se fazem todas as entradas. Este caminho decorre da necessidade de dissociar áreas funcionalmente distintas e responsabiliza-se, portanto, pela diferenciação dos volumes ao nível do piso 0 de acordo com a função específica a que se destinam.

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Em termos funcionais a moradia desenvolve-se em dois pisos acima de solo e um em cave.
O piso 0 reúne as zonas sociais da casa. A entrada faz-se a partir do pátio exterior de chegada, abrindo-se para um hall de acolhimento totalmente exposto para outro pátio exterior, sobranceiro à piscina.

Fachada Nascente

O hall distribui para a sala de estar, lavabo e sala de jantar, permitindo o acesso ao piso superior através de um lance de escadas. As áreas de serviço desenvolvem-se atrás de outro pátio exterior com o qual a sala de jantar comunica directamente (cozinha e acesso à cave). Ainda neste piso, num volume autónomo resultante do atravessamento pedonal, localiza-se a sala de cinema e jogos, aberta sobre mais um pátio.

Planta pavimento térreo

O piso 1 organiza a área privada da moradia: 3 suites e uma suite principal, que usufrui de um escritório, 2 closets e 2 casas de banho independentes que comunicam com um espaço exterior destinado a jacuzzi. À excepção de um quarto, todos os outros têm um terraço privativo.
A cave está preparada para receber 5 viaturas (mínimo exigido pelo regulamento do condomínio tendo em conta a área de construção prevista) e articula o espaço de garagem com os espaços técnicos de apoio e arrecadações.

© FG+SG – Fernando Guerra, Sergio Guerra

Foram privilegiadas em termos de vistas as áreas da sala de estar e jantar, preenchendo estes espaços toda a faixa Poente da casa; os quartos localizam-se nas frentes Sul, Nascente e Poente e as zonas de serviços foram orientadas a Norte.
O acesso automóvel para a área do estacionamento é efectuado através de uma rampa paralela ao percurso pedonal de entrada, acedida pelo arruamento de acesso ao Lote, a Sul. De modo a continuar o talude existente prevê-se a cobertura do patim de chegada da rampa.

© FG+SG – Fernando Guerra, Sergio Guerra

De modo a potenciar a unidade pretendida, estende-se o mesmo material à generalidade do volume, diferenciando materialmente apenas  as subtracções que deram origem aos diversos pátios propostos. As paredes exteriores são barradas com um reboco delgado à cor cinza, aplicado sobre placas de poliestireno moldado (EPS) e os pátios recorrem à madeira ou à pedra para denunciar o vazio (igualmente aplicados sobre o isolamento).

© FG+SG – Fernando Guerra, Sergio Guerra

As caixilharias previstas serão todas em alumínio pintado à cor cinza, acabado a jacto de areia, com vidro duplo de acordo com a especificação do projecto de térmica.
Os quartos possuem estores de rolo pelo interior, de modo a controlar a entrada de luz e garantir a privacidade quando necessário.

© FG+SG – Fernando Guerra, Sergio Guerra

Ficha técnica:

  • Arquitetos:Frederico Valsassina Arquitectos
  • Ano: 2010
  • Endereço: Quinta Patino Portugal
  • Tipo de projeto: Habitacional
  • Status:Construído
  • Características Especiais: Sustentável
  • Materialidade: Concreto e Madeira
  • Estrutura: Concreto
  • Localização: Quinta Patino, Portugal
  • Implantação no terreno: Isolado

Equipe:

  1. Arquitetura: Frederico Valsassina Arquitectos
  2. Colaboradores: Sofia Salazar Leite, Henrique Oliveira, Rita Sá Nogueira, Rita Gvaião Filipa Ferreira
  3. Arquitetura paisagista: Proap
  4. Fundações e estruturas: Betar
  5. Instalações técnicas especiais: Get
  6. Instalações de hidráulica: Ductos
  7. Acústica: Get
  1. Conclusão da obra: 2012

Sobre este escritório
Cita: Jorge Alves. "Quinta Patino / Frederico Valsassina Arquitectos" 19 Jul 2012. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/01-60059/quinta-patino-frederico-valsassina-arquitectos> ISSN 0719-8906

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